O molar solitário de uma prostituta
que morrera no anonimato
tinha uma aplicação de ouro.
Os restantes, como por mudo acordo tácito,
tinham caído.
O funcionário da morgue arrancou-o,
pô-lo no prego e foi dançar.
É que, dizia ele,
só o que é da terra à terra deve voltar.
em A Alma e o Caos - 100 poemas expressionistas, selecção, tradução, introdução e notas de João Barrento, Lisboa: Relógio D' Água, 2001 p.255
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