Mistura de águas profanas
com esta morte que triunfa
de um sonho proibido...
É a magia de esquecer
as cintilações
de uma angústia erguida.
É o sono.
O sono eterno
que me cobre.
É o furor de amar
esta loucura inocente
que passeia o meu corpo.
É o regressar a casa
fiel ao desejo
de esquecer a ilusão
de quem escolhe
os desesperos de um só instante.
É o poeta que rebenta na tua voz.
É o poeta
ensanguentado pelos poemas
que bebi
com cuidado.
É o poeta
que traz a chuva
que apenas existe na lúcida memória
das coisas não existentes.
O poeta
que me resume
e não me lê...
que me teme
e não me vê…
É o poeta de mim...
O naufrágio
que reembarca
do nada à minha margem.
conceição t. sousa
poemas do tamanho de nós
cordão de leitura