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sábado, 18 de janeiro de 2014

Wild Child


Dylan Thomas

sábado, 26 de maio de 2012

Não entres docilmente nessa noite escura - Dylan Thomas






Não entreis docilmente nessa noite serena,
porque a velhice deveria arder e delirar no termo do dia;
 odeia, odeia a luz que começa a morrer. 

No fim, ainda que os sábios aceitem as trevas,
 porque se esgotou o raio nas suas palavras, eles
 não entram docilmente nessa noite serena. 

Homens bons que clamaram, ao passar a última onda, como podia
 o brilho das suas frágeis ações ter dançado na baia verde,
 odiai, odiai a luz que começa a morrer. 

E os loucos que colheram e cantaram o vôo do sol
 e aprenderam, muito tarde, como o feriram no seu caminho,
 não entram docilmente nessa noite serena. 

Junto da morte, homens graves que vedes com um olhar que cega
 quanto os olhos cegos fulgiriam como meteoros e seriam alegres,
 odiai, odiai a luz que começa a morrer. 

E de longe, meu pai, peço-te que nessa altura sombria
 venhas beijar ou amaldiçoar-me com as tuas cruéis lágrimas.
 Não entres docilmente nessa noite serena.
 Odeia, odeia a luz que começa a morrer. 

Tradução: Fernando Guimarães 



Do Not Go Gentle Into That Good Night 

Do not go gentle into that good night,
Old age should burn and rave at close of day;
Rage, rage against the dying of the light. 

Though wise men at their end know dark is right,
Because their words had forked no lightning they
Do not go gentle into that good night. 

Good men, the last wave by, crying how bright
Their frail deeds might have danced in a green bay,
Rage, rage against the dying of the light. 

Wild men who caught and sang the sun in flight,
And learn, too late, they grieved it on its way,
Do not go gentle into that good night. 

Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light. 

And you, my father, there on the sad height,
Curse, bless me now with your fierce tears, I pray.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.

Dylan Thomas

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Light breaks where no sun shines - Dylan Thomas


A luz rompe onde o sol não brilha;
Onde o mar não corre, as águas do coração
Avançam suas marés;
E, quebrados espectros com pirilampos nas cabeças.
As coisas da luz
Insinuam-se na carne onde carne não cobre os ossos.

Um círio entre as pernas
Aquece a juventude e o sémen e queima o sémen da idade;
Onde sémen se não agita,
O fruto do homem incha nas estrelas,
Brilhante como um figo;
Onde cera não há, o círio mostra os seus cabelos.

A alvorada rompe atrás dos olhos;
De mastros do crânio e dedos dos pés o soprante sangue
Desliza como um mar;
Sem muros nem estacadas, os borbotões do céu
Esguicham para a vara do vedor
Num sorriso o óleo das lágrimas.

A noite nas órbitas arredondada,
Como uma luz de paz, o limite dos globos;
O dia acende o osso;
Onde frio não há, as ventanias desprendem
As vestes do Inverno;
A película da Primavera pende nas pálpebras.

A luz rompe em lotes secretos,
Em pontas do pensar onde os pensamentos cheiram mal na chuva;
Quando a lógica morre,
O segredo do solo cresce pelos olhos dentro,
E o sangue salta ao sol;
Por sobre os terrenos vagos a alvorada pára.
...
Light breaks where no sun shines;
Where no sea runs, the waters of the heart
Push in their tides;
And, broken ghosts with glow-worms in their heads,
The things of light
File through the flesh where no flesh decks the bones.
A candle in the thighs
Warms youth and seed and burns the seeds of age;
Where no seed stirs,
The fruit of man unwrinkles in the stars,
Bright as a fig;
Where no wax is, the candle shows its hairs.
Dawn breaks behind the eyes;
From poles of skull and toe the windy blood
Slides like a sea;
Nor fenced, nor staked, the gushers of the sky
Spout to the rod
Divining in a smile the oil of tears.
Night in the sockets rounds,
Like some pitch moon, the limit of the globes;
Day lights the bone;
Where no cold is, the skinning gales unpin
The winter’s robes;
The film of spring is hanging from the lids.
Light breaks on secret lots,
On tips of thought where thoughts smell in the rain;
When logics die,
The secret of the soil grows through the eye,
And blood jumps in the sun;
Above the waste allotments the dawn halts.

Dylan Thomas (1914 - 1953)   
tradução: Jorge de Sena