A cal,
o amor
guardado para os mortos,
dissolvente perfeito
da tua solidão
descarnada
em meu peito,
a cal,
o coração.
Carlos de Oliveira
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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
Posto de gasolina
poiso a mão vagarosa no capô dos carros como se afagasse a
crina dum cavalo. vêm mortos de sede. julgo que se perderam
no deserto e o seu destino é apenas terem pressa. neste em-
prego, ouço o ruído da engrenagem, o suave movimento do
mundo a acelerar-se pouco a pouco. quem sou eu, no entanto,
que balança tenho para pesar sem erro a minha vida e os
sonhos de quem passa?
- carlos de oliveira -
sábado, 3 de março de 2012
Estalactite I
O céu calcário
duma colina oca,
donde morosas gotas
de água ou de pedra
hão-de-cair
daqui a alguns milênios
e acordar
as tênues flores
nas corolas de cal
tão próximas de mim
que julgo ouvir,
filtrado pelo túnel
do tempo, da colina,
o orvalho num jardim.
Trabalho Poético
Carlos de Oliveira
(1921 - 1981)
duma colina oca,
donde morosas gotas
de água ou de pedra
hão-de-cair
daqui a alguns milênios
e acordar
as tênues flores
nas corolas de cal
tão próximas de mim
que julgo ouvir,
filtrado pelo túnel
do tempo, da colina,
o orvalho num jardim.
Trabalho Poético
Carlos de Oliveira
(1921 - 1981)
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