Incidente
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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
O robalo
O robalo
enfrenta a rebentação
e nós escalados!
Lisboa, 22 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
Naquele coruchéu...
Naquele corochéu
o corvo guarda as contas que roubou
do colar que te dei.
Lisboa, 22 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
domingo, 19 de janeiro de 2014
No descampado ...
No descampado sem vida
um pente de mulher
do tempo dos fenos.
Ihara Saikaku
As lágrimas...
As lágrimas crepitam
apagando
as brasas
Matsuo Bashô
sábado, 18 de janeiro de 2014
Crow Haiku
sábado, 4 de janeiro de 2014
Ave haiku LXXXII
a noite de luar na oliveira
é um palco de prata onde dois melros
realizam um teatro de marionetas
Lisboa, 4 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
Ave haiku LXXXI
Aves versus peixes
escamas versos penas
e o poeta de carne e osso para desempatar.
Lisboa 4 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Ave haiku LXXX
Os pássaros estavam tão habituados
que me vinham comer à mão
durante o sono.
Lisboa, 3 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Ave haiku LXXVIII
Pego no lápis e no crepúsculo
e decalco cada tronco, cada mão de folhas
um pássaro voa para a árvore e desata a fazer gatafunhos.
Lisboa, 2 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
Ave haiku LXXVII
a ave atravessa as nuvens e a seta
vai ao seu encontro, no esplendor do orvalho
entre a erva macia são agora uma natureza morta
Lisboa, 2 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
Ave haiku XXLVI
Ali estava eu a ouvir o tamborilar da chuva
a ave debaixo de telha do velho pardieiro
sabia que quem voa à chuva molha-se.
Lisboa, 1 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
Ave haiku LXXV
As gaivotas no areal
pelo canto do olho espiavam o oceano
enquanto jogavam ao jogo do galo.
Lisboa, 1 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Ave haiku LXXIII
Sento-me à beira do tanque
o pardal no outro canto sacia a sede
o gato sacode o rabo no muro estreito.
Lisboa, 31 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Ave haiku LXXII
Um raio de sol
acendeu um pássaro de luz nas minhas mãos
à noite lançarei as suas cinzas ao mar.
Lisboa, 30 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku LXXI
O mocho
vigia as grandezas e as misérias
deste tempo crepuscular.
Lisboa, 30 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku LXX
Fui atrás do canto de um pássaro
entrei por uma ruela e "desemborquei" num beco
a ave tinha "despassarido" e ficou apenas um canto.
Lisboa, 30 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku LXIX
Pássaros, pássaros, pássaros
devoram-lhe os olhos e Invadem-lhe os sonhos
Hitchcock é um corvo que passeia na falésia.
Lisboa, 30 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku LXVIII
O rei ceptico enviou um pombo-correio aos aliados
uma mensagem que poderia ser interceptada dizia:
"- Senão atacarmos à noite fá-lo-emos durante o dia!"
Lisboa, 30 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
domingo, 29 de dezembro de 2013
Ave haiku LXVII
Duas cacatuas
discutem entre si o preço
que estão a pedir por elas.
Lisboa, 29 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
Ave haiku LXVI
amo-te
entre a vida dos pássaros
e as asas do desejo.
Lisboa, 29 de Dezembro de 2013
Carlos Vieira
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