Hoje fui à praia
dei meus braços à presença
imaculada das gaivotas
e o corpo à areia e
ao vento
ali assistiram
empoleiradas
ao desfraldar das velas
e ao encrespar da dor
ao subir dos mastros
e à humidade crescente
na vaga do olhar
pobres gaivotas
que confiaram
o refúgio da tempestade
ao louco desafio
dos meus abraços
e pensamentos
afogados numa ilusão
de vida em corpos de
sereia.
Lisboa 24 de Fevereiro de 2012
Carlos Vieira