Ludibriar o guardião da penumbra
fazer a bola passar-lhe entre as pernas
depois dessa genuína e infantil artimanha
urdir um louco pretexto de amor livre
e ser ele o luzeiro que oculto murmura
nosso engenho do vento a iludir a censura
e nesse mirabolante ardil de luz e de sol
nunca deixará de cintilar dentro de nós
a voz cristalina e inquieta da montanha
que sobre o imenso manto branco de neve
sobressaltos de abismos e de beijos adormece.
Lisboa, 27 de Dezembro de 2011
Carlos Vieira
“ravens” Arnt Flamto