Letal
é a palavra
lâmina
de punhal
que sonha
afagar
a flor
adormecida
em qualquer
peito,
é deixar
de amar,
é o abandono
que nos mata
corrosão
que avança
para devastar
no final
a pureza
do olhar
de quem
se ama,
é a serpente
e é veneno
que já vão
a caminho
do incauto
coração,
letal
é a flecha
que cega
a noite
lentamente,
é barco
dentro de ti
a navegar
a respiração
agonizante,
é a morte
inevitável
das palavras
a reinventar
eternamente
outra letalidade
outra vida
menos vulnerável.
Lisboa, 13 de Fevereiro de 2014
Carlos Vieira
Automat (1927) de Edward Hopper
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