Estou sentado na sanita
a fazer um poema
maravilhas das novas tecnologias
aguento, aguento
porque a poesia está primeiro
está sempre primeiro
o poema não sai grande coisa
para não dizer que saiu
uma grande bosta
fruto de prisão de ventre
os poemas
quando não prestam
deveriam cheirar mal
então as pessoas
até podiam aguentar os poetas
mas a essa sua
ou minha poesia
puxavam o autoclismo
o último grito da tecnologia
de um velho mundo.
Lisboa, 8 de Fevereiro de 2014
Carlos Vieira
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