I
O seu coração
é uma ave
triste
trespassada
pelo silício
da memória
que persiste
em te amar.
II
Morre
devagar
corre
um sonho
rupestre
e de sílex
não desiste
luz etérea
sobrevive
exangue
por amar-te
pigmentos
de Altamira
de escrita
visceral.
III
No silêncio
e na angústia
do seu peito
o equívoco
perdura
perene
a adoração
por empedernido
coração.
Lisboa, 16 de Fevereiro de 2014
Carlos Vieira
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