quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A propósito das moscas

“ Eu sou a minha liberdade!”
As Moscas
Jean-Paul Sartre



“Se eu fosse mosca!” é uma expressão que não me ocorre, não é que não seja também, picado pela curiosidade, como um qualquer simples mortal , também a tenho, por algumas coisas, quase mórbida.
Mantenho contudo com elas, uma relação, pouco cordial, escatológica, só porque não respeitam a distância, de que delas procuro manter, só porque, me parecem seres que se adaptam facilmente a qualquer realidade, à merda que fede, porque ocorrem à morte e estão com a situação.
Não lhe arranquei asas na infância, talvez porque, oportunamente me caíram na sopa. Não lhe tenho um ódio visceral, mais um desprezo de estimação, não gosto dessa sua actividade de quem leva e traz, não lhe permitirei ocupação.
Não, não gostaria de ser mosca, isso da curiosidade, do saber, é outra coisa, não tem cheiro ou tem o cheiro a liberdade.
Lisboa, 19 de Fevereiro de 2014
Carlos Vieira


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