sábado, 22 de fevereiro de 2014

O cão d'água português



Um cão vadio
no entretanto invade
o meu campo de visão
tolda-me a imagem
e interrompe-me
o pensamento.

Olha para mim
estudando-me a reação
alça a perna 
e marca território
faço parte da paisagem
foi o seu único
julgamento.

Prossegue 
o seu destino
ao fundo da estrada
abana a cauda 
de contentamento
pois nada mais tem
senão o mundo.

Lisboa, 22 de Fevereiro de 2014


Carlos Vieira

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