Díspare,
enamorei-me
por esta palavra
neste tempo morno
de estranha convergência.
Foi á primeira vista
gostar da sua suavidade sensual
quase " - Dispa-me!"
e nus ali estávamos
convergindo
quase sem nos conhecermos.
Da sua fragmentação se podem
construir outras ideias
com muita força
divergir
como por exemplo:
"- Não dispare!"
ou essa outra
" - Não faça nenhum disparate!"
Deste potencial de sugestão
de reminiscência
fiquei refém
na defesa intransigente
de uma ideia tão igual
com objectivo
tão díspare
e tão ambivalente.
Lisboa, 16 de Fevereiro de 2014
Carlos Vieira
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