Apardalados
Um casal de namorados
atónitos
entrelaça as mãos
aves decapitadas.
Pousavam sobre
as mesas
as chávenas de café
arrefeciam,
intercaladas
por beijos intemporais.
Olham-se
como se fosse
a primeira vez
que se viam
reinventam a narrativa
das caricías breves
e dos pequenos gestos.
Em tempo crise
mais ousam os pardais
ao aproximarem-se
e ao debicarem pelo chão
à volta deles
as migalhas de amor
e de pão
Por pouco
cagam-lhe em cima
o que bam vistas as coisas
não é poético
nem é bonito.
Lisboa, 3 de Fevereiro de 2014
Carlos Vieira
Lisboa, 3 de Fevereiro de 2014
Carlos Vieira
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