segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Apardalados

Apardalados

Um casal de namorados
atónitos
entrelaça as mãos
aves decapitadas.

Pousavam sobre 
as mesas 
as chávenas de café
arrefeciam, 
intercaladas
por beijos intemporais.

Olham-se
como se fosse
a primeira vez 
que se viam 
reinventam a narrativa
das caricías breves
e dos pequenos gestos. 

Em tempo crise
mais ousam os pardais 
ao aproximarem-se
e ao debicarem pelo chão
à volta deles
as migalhas de amor
e de pão

Por pouco
cagam-lhe em cima
o que bam vistas as coisas
não é poético
nem é bonito.

Lisboa, 3 de Fevereiro de 2014
Carlos Vieira


Lisboa, 3 de Fevereiro de 2014
Carlos Vieira

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