Cessa a chuva
e a espera
no vão das portas.
XXX
Caiem pingos
das árvores
e escorre
pelos troncos
estertores de água.
XXX
Os caminhos
estão intransitáveis
as crianças
chapinham
nas poças
não vão a lado nenhum.
XXX
Oiço as aves
que sacodem
as asas antes do voo.
XXX
Ouve-se o regato
cristalino
mais longe
menos límpido
depois da chuva.
XXX
No cabide pendura-se
o manto
e volta a ouvir-se
o esperanto
da chuva
que volta a tamborilar
em braille
no vidro da janela.
Mesmo assim
vou ver se chove.
Lisboa, 6 de Fevereiro de 2014
Carlos Vieira
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