Coisas
há coisas que vão ficando
fotografias louças contas antigas
não sei
debruçámo-nos tanto
sobre a minúcia do quotidiano
que o dia a dia excedeu as nossas vidas
não sei como resiste o que perdura
olho o telefone de coração na boca
e aponto coisas para não me esquecer
Luís Amorim de Sousa, in 'Nadar no Escuro"
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