Observa
dois adolescentes
de mão dada
perde-os
depois que o vento
os arrastou
na sua leveza
pelos telhados
da cidade antiga
breves em palavras
como se o mundo
fosse acabar
amanhã
esfumam-se
por detrás
das chaminés
amam-se à vez
com os gatos
na esconsa eternidade
vigiada
das águas-furtadas
ele ainda tem
de tudo aquilo
uma vaga ideia
amar é para si agora
apenas uma centelha
de sol
que atravessa todas
as nuvens
que criou.
Lisboa, 4 de Março de 2014
Carlos Vieira
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