segunda-feira, 24 de março de 2014

Tenho uma rola na chaminé




Tenho uma rola na chaminé
o sol chegou depois da chuva
uma brisa suave corre agora
a tarde vai deitando sombras
eu escrevo toda a banalidade
miséria não é aqui chamada
sobre a natureza um silêncio
se abate é o sono dos justos
que merda como poderia ser
mais eloquente o que escrevi
tivesse o sol chegado fulgurante
antes da chuva e do silêncio
ou da miséria e por inutilidade
me pudesse calar para sempre
e a rola me deixasse trabalhar.

Lisboa, 24 de Março de 2014

Carlos Vieira

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