domingo, 30 de março de 2014

Anatomia de um abandono

Não sabe onde 
te perdeu
nem porquê
que palavra te doeu
ou ficou por dizer
talvez o olhar
que não cuidou
ou distante
te esqueceu
que gesto te magoou
quando julgava
que te abraçava
foi a distância 
ou a sua urgência
foi um beijo breve
que quiseste
mais quente
foi a demora
ou não querer 
dizer-te que não
foi esquecer
ou a sofreguidão
amar-te
foi não saber
que existes
num momento
e num espaço
que não podes
compreender
ou que te perdes
apenas
por respirar.

Lisboa, 29 de Março de 2014 
Carlos Vieira





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