rende-se
ao ardil
dos teus lábios
a labareda
das tuas mãos
lambe devora o seu tronco
cresce o desejo
e no teu rosto o mistério
se desvanece
estás nua
de pé e de costas
ninguém te fica indiferente
apanha o teu cabelo
revela o perigo
que é a curva do teu pescoço
ficas em silêncio
quieta
inacessível
não a pode ver
o cabelo na face e os seus olhos
são animais na penumbra
agachada os seios tocam
as suas pernas
nunca espera por ninguém
tu és uma estátua
firme e inteira na esquina da praça
toda a gente te
aponta e te vê passar
mulher a dias e de todos os dias
com tuas espáduas
afastas as hienas que te esperam nas noites
Lisboa,17 de Março de 2014
Carlos Vieira
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