Senta-se
na esplanada
todos os dias
à mesma hora
nada nada nada
nada mais tem
que possa fazer
se a tarde cai
depois passa
o seu olhar
em redor
do aquário
melancólico.
Pede
um café normal
sem açúcar,
e não faz
mais nada
nada nada nada
senão fixar
um ponto
algures
no seu crepúsculo
o olhar
fora de órbita.
Faz de conta
que não existe
solidão
fecha os olhos
e reinicia
a sua recorrente
reflexão
sobre o nada
nada nada nada
depois que as trevas
de tudo
tomaram conta.
Lisboa, 4 de Março de 2014
Carlos Vieira
Sem comentários:
Enviar um comentário