O que é que brilha no escuro?
e não são os olhos verdes
de um gato reincidente,
nem um farol a romper aflito
no denso nevoeiro,
é impossível que seja a vela bruxuleante
no longínquo casebre
numa noite de breu
e de febre,
obviamente que não é a lua
porque essa brilha
desavergonhadamente,
nem é a secular luz ao fundo do túnel
nem a vertigem da luz do comboio
em sentido em sentido contrário,
não pode ser a lanterna com a sua iluminação
mínima e radiante de Mona Lisa,
também não é tempo de pirilampos nos baldios,
isso são tudo
lugares comuns e literatura,
a luz que brilha no escuro
é o reflexo surreal
de um gajo às "turras"
com a solidão
de um cigarro aceso.
Lisboa, 1 de Fevereiro de 2014
Carlos Vieira
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