um cão ladra
na rua sem parar
para o sem abrigo
que se esconde
para a bicicleta
e ciclista a pedalar
para o gato sereno
no primeiro andar
para as crianças
a brincar na relva
para a lua
no céu a brilhar
a adolescente triste
insiste
em o mandar calar
em o mandar calar
puxa-lhe a trela
cão que ladra
não vai morder
apenas ladra
ladra lá fora
um poema
que todo o dia
o esteve a sonhar
a remoer.
Lisboa, 2 de Maio de 2014
Carlos Vieira
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