sexta-feira, 2 de maio de 2014

Café a solo



A sua mão
na chávena de café
de porcelana
a outra mexe
o açúcar mascavado
não existe um pingo
de misericórdia
para o derramado
olhar da sua solidão
bebe todo
o veneno de um trago
e vai-se embora
sem pestanejar
ficou apenas
a pairar
uma ausência
de lâminas
no seu lugar.

Lisboa, 2 de Maio de 2014
Carlos Vieira





                                                        “Automat” de Edward Hooper

Sem comentários:

Enviar um comentário