sexta-feira, 16 de maio de 2014

barco de papel



quero um poema
que abarque
o teu sorriso puro 
de alumiar
o fim da nossa primeira noite
e que ao mesmo tempo
tenha um pé
na madrugada de um futuro
naquilo
que pensávamos
poderia ser sorridente
e do alto da gávea 
de um verso 
pudesse avistar
a poente 
o regresso da tua silhueta
e na náusea da espera
poderá pousar
a bordo da poesia
a ave 
de uma secreta alegria
com que me ensinaste
a vencer a grande e a pequena
tempestade

Lisboa, 16 de Maio de 2014


Carlos Vieira

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