O teu busto refulge
emerge do mistério da seda
tudo é em ti cintilação fria
estrela longínqua
dos punhos de renda
desabrocham em concha
as tuas mãos macias
de acalmarem a tempestade
e nos teus lábios
que foram de fogo
surgem também uma a uma
as palavras do gelo
cauterizando o excesso
da emoção
depois a coberto
do tecido da noite diáfana
fui abrir a gaiola dourada
que para ti
tinha construído
de tanto amar te perdi
e sem a querer
deste alforria
ao meu coração.
Lisboa, 18 de Maio de 2014
Carlos Vieira
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