quinta-feira, 24 de abril de 2014

poema em vias de extinção



o lince 
lindo animal 
que vislumbrei ao relento
num "relince"

o lince 
não sei se eu o procuro
se ele me visita
nesta relação 
de avistamentos

o lince
tão ágil 
tão vulnerável
sobrevivente contradição

lince
em pé de fantasma
na Serra da Malcata
vive de medir as distâncias

lince
vai anjo fulgurante
que nunca vi
pela penumbra dos trilhos
predador de cheiros
matizes e reflexos

lince
notívago caçador às riscas
em busca do equilíbrio
e da sobrevivência
 impossível equação 

lince
poeta da descrição
traída 
pintor de sombras
e silêncios
em vias de extinção

Lisboa, 24 de Abril de 2014
Carlos Vieira


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