a rapariga do trapézio
foi ave mais bela
que conheci
de todos os espetadores
do circo
só eu fazia voar aquele sorriso
lembro-me do primeiro
beijo
sem rede
tantas vezes fizemos amor
entre rugidos de leão
e rangidos de rulotte
eu espreitava na tenda
onde ela voava
de coração apertado
e a seguir
era o nosso número
de magia
de cortar a respiração
havia um momento
em que o circo partiu
e eu fiquei definitivamente
com o trapézio
do dia a dia
Lisboa, 20 de Abril de 2014
Carlos Vieira
O amor de Marc Chagall
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