quarta-feira, 23 de abril de 2014

Flores de liberdade



revolução dos cravos, 
das flores
de Abril, de 74
enfim 
de uma manhã de sol
lembro-me 
que a minha mãe
arejava a casa
e fazia a limpeza semanal
embora
goste de considerá-la
uma premonição
ficou-me 
a frequência
e a força da expressão
de um rádio sintonizado
no coração
e a alegria da liberdade 
proclamada
aos sete ventos
frase feita
seja lá o que isso for
para os meus catorze anos
o ser, o querer ser, 
o dever ser 
livre
tinha razão
o que nessa idade
e tempo da ilusão
por livros viajados
fez o mapa do mundo
e o ser humano
duma dimensão
incomensuravelmente maior
do que aquela 
que pudera algumas vez 
sonhar
e é essa amena flor
que interessa regar
é dessa revolução 
tranquila
que estou a falar

Lisboa, 23 de Abril de 2014
Carlos Vieira

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