quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O território



O final da noite
eu, o rafeiro, a lua
a coreografia
é sempre igual,
aquele ladra àquela
do meio da rua
como um qualquer
ser humano,
ela olha-o atónita
como um animal
sem nada a dizer.
Eu vejo a aldeia
ou melhor o mundo
de pernas para o ar
como um astronauta,
a lua no céu a ladrar
e na rua o cão
a levantar a perna
deixando aqui e ali
o brilho amarelo
e húmido
da lua cheia.

Lisboa, 16 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira



                                                         Rufino Tamayo: “Moon Dog”

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