anjo desumano
ali sentado
no banco
o anjo
da estação central
parte ou abraça
com o olhar cruel
o comboio
que sai
ou que chega
quer lá saber
do viajante
que passa
traz a mala
e o coração vazios
asas avariadas
sem destino
e lugar marcado
em equipamentos
coletivos
e mobiliário urbano
anjo caído do céu
desempregado
ébrio
morre de fome
e solidão
que já foi divino
e deixou
de ser humano.
Lisboa, 26 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
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