Cá estou eu outra vez,
descalço,
o mais próximo da humanidade
sem amor
como agora se usa,
por culpa do detector de metal
com quem mantenho
uma relação muito próxima,
fruto dos meus nervos de aço
e do polietileno
da minha perna,
de novo sujeito
a revista pessoal,
a essa atenção desmesurada
e que não mereço,
as calças sem cinto
caindo-me pernas abaixo,
tudo muito profissional
muito transparente
à vista de todos,
espero que não fiquem
muito mais tempo,
aí embasbacados
chocados com o amarelo
vislumbrado
das minhas cuecas
ou com o dedo grande do pé,
a espreitar
a "meiita" rota,
no outro dia quase ia
mostrando as vergonhas.
Lisboa, 26 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
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