Cedo ao rastro de restos que
me tenta até ti
(pernas de nylon vazias
sapatos
desafogados)
metades desirmanadas que
arrumo no poema. Posso
disturbar
o teu espaço? Entrar e ficar a ver?
Estás
sob a linha d'água
(gume
que fere o mamilo)
como um escultor pergunto
com a precisão de poros
pela
mulher dentro da pedra.
Desenrolas da torneira o
novelo que te veste
(o
corpo em repouso contem
a soma dos movimentos)
lavo-te
até ao teu cheiro até
respirar de ti
o
perfume verdadeiro.
João Luís Barreto Guimarães
Rés-do-Chão
Gótica
2003
|
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Dentro da pedra
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