sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Ser vivo nem sempre dá muito trabalho



Quando chego ao local de trabalho
todos me dizem bom dia
os peixes vermelhos no tanque
em uníssono
muito superficiais.
Os pássaros de cantos distintos
mas que não distingo pelo canto
na sua pose altaneira
e pouco sustentada.
As lagartixas apressadamente
pois quem tem rabo tem medo.
Os gatos com o seu olhar distante
e aproveitando para lamber a pata
a miar baixinho
“ Este gajo não é de fiar”.
Dois cães rafeiros de alegria hesitante
denunciada na cauda
com tendência para enroscar.
As árvores no seu rumor austero
de quem tem um posicionamento
sólido e inamovível
sem ter mais nada para fazer.
E “prontos”
assim começa dia de trabalho
rodeado destes seres vivos
sem nada para fazer.

Lisboa, 24 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira

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