Senta-se à lareira, olha fixamente o fogo
que o consome vorazmente.
As labaredas lambem
os seus medíocres pensamentos
a sua política de terra queimada.
Por causa dos seus frágeis sentimentos
e a propósito de deuses foi colocado no Índex
do politicamente incorrecto
arde já no fogo eterno por a todos adorar.
Os seus olhos soltam agora faúlhas
pedras vivas
e tudo incendeia com o olhar.
Na sua boca as palavras
arrefecem a vida de uma qualquer Pompeia,
são uma torrente de lava que nos submerge.
A poesia é o fogo de artifício
num céu onde se imola.
Oferece-se ao sacrifício quotidiano
de manter aceso o lume que lhe resta da sua vida,
feita inferno,
incinerado vivo.
E acende o archote,
o fogo fátuo da poesia
com a única pretensão, de alumiando,
ser guia
que o ajude no fogo cruzado
da solidão.
Lisboa, 12 de Janeiro de 2014
Carlos Vieira
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