(Maria Azenha)
mãe — é dezembro
se morreste, porque fazes
tanta força contra os números?
porque fazes tanta força
na matéria?
as máquinas levaram tudo
— a tabuada a lua.
a febre dos satélites entrou pela casa dentro. Ouves?
sentes?... todos os frutos
ao contrário na tabua
da da neve.
e a tua boca sobre
marte. e eu sonhando.
sonhando o alfabeto como uma 'máquina lírica'.
sei agora ao contrário
como se chama o inverno. e as árvores
todas destelhadas pelos ventos
de mercúrio. Ë o teu nome dentro
com toda a força na paisagem:
as páginas as
casas
os peixes encarnados avançando
pelos números.
e a chuva toda lá fora ardendo,
pesada,
sobre a terra inteira como estátuas puras.
como se chama, mãe, a neve agora?
agora, mãe,
é janeiro
todo o tempo fora:
— as máquinas levaram tudo,
a tabuada a lua.
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