quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Poema do café da manhã



Peço uma italiana
e um bolo fofo de Belas
sou o único cliente do café
o primeiro talvez
vou dedilhando versos brancos
rimas desencontradas
e metáforas duras de roer
tento libertar-me  da rede tentacular
das palavras que gorjito
instintivamente
 depois
por um sistema de vasos comunicantes
vou alimentar o poema
da linfa das ideias e da ternura
quero fechar
com chave de ouro
deixar um ditirambo
e uns cêntimos de gorjeta.

Lisboa, 25 de Setembro de 2014

Carlos Vieira

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