segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Libélula



Ali estava caída
no cimento
no difícil equilíbrio
do momento.

De renda
de asa ferida
libélula exausta
exibe
seu verde vibrante
e seu anel
de eléctrico azul.

Reergue-se
após ter insistindo
incessante
contra o espelho
no lado errado
da janela aberta
no lado negro
da lua.

Em esforço
desamparada
jaz na rua
e das suas frágeis
antenas
asas e hastes
faz a força
e volta inglória
à mesma luta.

Lisboa, 29 de Setembro de 2014
Carlos Vieira


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