Ali estava caída
no cimento
no difícil equilíbrio
do momento.
De renda
de asa ferida
libélula exausta
exibe
seu verde vibrante
e seu anel
de eléctrico azul.
Reergue-se
após ter insistindo
incessante
contra o espelho
no lado errado
da janela aberta
no lado negro
da lua.
Em esforço
desamparada
jaz na rua
e das suas frágeis
antenas
asas e hastes
faz a força
e volta inglória
à mesma luta.
Lisboa, 29 de Setembro de 2014
Carlos Vieira
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