A destreza da atleta
sobre a trave olímpica
o seu movimento peculiar
depois ampara
o céu com o seu olhar
de estrela inamovível
e perturbada.
Pode sempre acontecer
um imperceptível
desequilíbrio
e que este a desvie
para bondade
que lhe pede o seu gesto
para longe
da nota artística.
Leio no seu rosto
um poema que aspira
a madrugada
uma ave que bate as asas
para iniciar o voo
a distância e a altura
inverosímil.
Um incêndio
consome-lhe o coração
e aquela destreza
de movimentos
tem uma única explicação
não encontra a calma
para as palavras
que dêem a expressão
e a ponte acrobática
ao dilema
que lhe dilacera a alma.
Lisboa, 27 de Setembro de 2014
Caros Vieira
Nadia Comaneci 1976
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