Escrevo
até ficar a memória
em carne viva
até precisar
de uma transfusão
de sangue novo
e sol
depois renovo este ímpeto
de escrever
contra o muro da solidão
não me conformo
oiço outra vez
este eco ancestral
das noites de cristais
e de grilhetas
de forno na garganta
este cheiro a sal no porão
de escravos
e de estrelas na lapela
a levantarem-se do chão.
Lisboa, 24 de Setembro de 2014
Carlos Vieira
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