sábado, 13 de setembro de 2014

Barco de papel


Há lugares assim
em que de repente
se levanta
uma pequena ondulação
que deformam o teu rosto
e afetam
o afecto do teu gesto
fica turvo
em suspenso
neste espelho de água
em Belém
só permanece
nítido e imaculado
e ainda hoje
está a navegar
aquele barco de papel
que saíu
das tuas mãos
e da minha falta de jeito
e de palavras
para te poder amar.
Lisboa, 13 de Setembro de 2014
Carlos Vieira


Pintura de autor desconhecido

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