que tudo se esboroa
e se desfaz
no pó puro e duro
resta-nos
apenas a fidelidade
à poesia
para quem acredita
um pouco de pó
de poesia
misture bem
é de consumo imediato
pouco elaborada
apenas rugas
versos na pele do dia a dia
na génese ingénua teoria
poesia na hora
de uma solidão
que não contamos
que não contávamos.
de pequenas coisas
imprecisas memórias
derrotas e vitórias
a que sobrevivemos
de erros e desenganos
que soçobram
à dura luz
do ardil da razão
neste tempo
ousar o poema
acompanhado do gesto
épico de ternura.
Lisboa, 20 de Setembro de 2014
Caros Vieira
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