quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Poema de um lago sem nome ...


Poema de um lago sem nome

que nos olhos de infância secou

 

o mistério daquele lago

era redondo, era de lodo e profundo

 

tinha um olhar duro e franco

como uma batalha naval acesa por um relâmpago

 

nele vivia o empertigado e distante mundo

de um pato marreco e branco

 

a memória era aquela pedra lisa atirada

que entre ambos passou

 

os gestos eram mágicos de capa e da espada

que irónica a todos sobrevoou

 

esta é a irrelevante história em círculos de um lago

de uma pedra e do pato

 

que ao chegar à margem do poema

por ter heróis tão pueris soçobrou.

 

 

Lisboa, 18 de Outubro de 2012

Carlos Vieira

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