domingo, 21 de outubro de 2012

Amava-te...


amava-te
no céu a rubrica
do seu corpo de ave
de partida
apagava -se
num chapéu de chuva

sem acreditar
a sua mão reconstruia
o seu rosto
a partir do espelho
da sua ausência
e do caos dos seus cabelos

sem pestanejar
definiu nos seus lábios
o seu silêncio
suspendeu a respiração
ao contornar
a curva do pescoço

a doce memória
do seu perfume
contaminou seus dedos
as lágrimas e a chuva que caiu
formaram o rio
que os afogou no desenho

Lisboa, 21 de Outubro de 2012
Carlos Vieira


                                                        “Rainroom” autor desconhecido


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