A dívida aumenta.
A do país e a nossa.
Cada manhã sabemos
que se acumula a dívida.
A grama que pisamos
é dívida.
A casa é uma hipoteca
que a noite vai adiando.
E os juros na hora certa.
Ao fim do mês o emprego
é dívida que aumenta
com o sono. Os pesadelos.
E nós sempre mais pobres
vendemos por varejo ou menos,
o Sol, a lua, os planetas,
até os dias vincendos.
A dívida aumenta
por cálculo ou sem ele.
O acaso engendra
sua imagem no espelho
que ao reflectir é dívida.
A eternidade à venda
por dívida.
A roça da morte
em hasta pública
por dívida.
A hierarquia dos anjos
deixou o céu por dívida.
No despejo final:
Só ratos e formigas.
A grama que pisamos
é dívida.
A casa é uma hipoteca
que a noite vai adiando.
E os juros na hora certa.
Ao fim do mês o emprego
é dívida que aumenta
com o sono. Os pesadelos.
E nós sempre mais pobres
vendemos por varejo ou menos,
o Sol, a lua, os planetas,
até os dias vincendos.
A dívida aumenta
por cálculo ou sem ele.
O acaso engendra
sua imagem no espelho
que ao reflectir é dívida.
A eternidade à venda
por dívida.
A roça da morte
em hasta pública
por dívida.
A hierarquia dos anjos
deixou o céu por dívida.
No despejo final:
Só ratos e formigas.
CARLOS NEJAR
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