extinguiu-se aquela luz efémera
já não sei se o fruto amadurece
nem do reflexo do peixe a meia água
perdeu-se a limpidez do canto das aves
na rua a brisa é agora a lâmina que nos cega
é o poeta que cedo nos deixa nos arrepios da nudez
e que criou um rio a partir da lágrima que caindo teimosa
nos revelou a curta distância entre o princípio e o fim do mundo
Lisboa, 19 de Outubro de 2012
Carlos Vieira
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