Uma ave
arde
devagar,
define
a árvore
entre
a névoa,
o canto
é agora
água
límpida
regato
a deflagrar
o espanto,
paira
uma miríade
fosforescente
de luzes
de vozes
reinventando
a lua e o luar,
palpitando
à flor da pele
amordaçada
os esquecidos
os timídos
e os sós,
e assim
lhe permitem
respirar
depois do medo,
das penas
e que se possa
decifrar
a mensagem
implicíta
no tamborilar
da chuva,
a sua ternura
ingénua
minimal
e a insensatez
que alaga
as ruas lá fora
e que cai
batendo asas
dentro de nós.
Lisboa, 30 de Novembro de 2014
Carlos Vieira
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