domingo, 30 de novembro de 2014

O peso da palavra



Palavras
substâncias
decompostas
grude de construir
a mobília 
e a casa
constelação 
de pequenos átomos
debaixo dela
vais dormir
nas noites
em que fojes dos dias
e aí forjas
essa argamassa
de tempo 
de efémero
onde perpassa
o murmúrio
de um lençol de lava
de música vulcânica
e tu exortas
a voz interior
o deslumbramento
e o etéreo
fixas o pigmento
que perseguiste
após
o segredo
desencontrado
no pó das palavras
esquecidas.

Lisboa, 30 de Novembro de 2014

Carlos Vieira

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