Uma luz crua
no regresso indolor
à sobriedade do conhecimento
uma manhã
onde apenas um pássaro
aclara a voz
uma necessidade elementar
a interposta presença
do sol
no cor de rosa e amarelo
dos prédios desmaiado
Inverno
premeditado
num país a dormir
anestesiado
oiço afastado um rumor
de vozes
de tantos que partiram
e que de novo
agora se levantam
clamando pelo seu testemunho
inabalável determinação
sua ternura e palavra
sua coragem
não pode ser em vão
neste domingo
de finados
de luz crua
de inelutáveis memórias
ou da sua sofreguidão.
Lisboa, 2 de novembro de 2014
Carlos Vieira
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