Andam as bicicletas
às voltas
pelas ciclovias
da cidade
de ajustados trajes
eléctricos de licra
os ciclistas
transpiram saúde
por todos os poros
sonham
morrer longe
daqui
a muitos anos
de felicidade.
Nos outros atalhos
e ruelas da urbe
muitos cidadãos
arrastam-se
pelo fim da tarde
sem pedalada
prestes a saltar-lhe
a corrente
de roupa coçada
em segunda mão
um pouco larga
na sua silhueta
escanzelada
ou a rebentar
pelas costuras
empanturrados
no MacDonalds
em " comida feliz"
e coca cola.
Eu vou ficando
por aqui
esparramado
no consumo excessivo
de poesias
no fundo a vida
sempre se resumiu
e se explicou
pelo peso das calorias.
Lisboa, 4 de Outubro de 2014
Carlos Vieira
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